domingo, 17 de março de 2013

Reflexão Espiritual das Cartas de São Máximo

Os pregadores da verdade e os ministros da graça divina, todos os que,
desde o princípio até os nossos dias, cada um a seu tempo, expuseram
a vontade salvífica de Deus, dizem que nada lhe è tão agradável e
conforme a seu amor como a conversão dos
homens a ele com sincero arrependimento.
E para dar a maior prova da bondade divina, o Verbo de Deus Pai (ou
melhor, o primeiro e único sinal de sua
bondade infinita), num ato de humilhação que nenhuma palavra pode
explicar, num ato de condescendência
para com a humanidade, dignou-se habitar no meio de nós, fazendo-se
homem. E realizou, padeceu e ensinou
tudo o que era necessário para que
nós, seus inimigos e adversários,fôssemos reconciliados com Deus Pai e
chamados de novo à felicidade eterna que havíamos perdido. O Verbo de
Deus não curou apenas nossas enfermidades com o poder dos milagres.
Tomou sobre si as nossas fraquezas, pagou a nossa dívida mediante o
suplício da cruz, libertando-nos dos nossos muitos e
gravíssimos pecados, como se ele fosse o culpado, quando na verdade
era inocente de qualquer culpa.
Além disso, com muitas palavras e exemplos, exortou-nos a imitá- lo na
bondade, na compreensão e na
perfeita caridade fraterna. Mostrou-nos ainda a condescendência e
bondade do pai que recebeu afetuosamente o filho pródigo que voltava,
como o abraçou porque retornara arrependido, revestiu-o de novo com as
insígnias de sua nobreza familiar e esqueceu todo o mal que fizera.
Pela mesma razão, reconduziu
ao redil a ovelhinha que se afastara das outras cem ovelhas de Deus e fora
encontrada vagueando por montes e colinas. Não lhe bateu nem a ameaçou
nem a extenuou de cansaço; pelo contrário, colocando-a em seus
próprios ombros, cheio de compaixão, trouxe-a sã e salva para o
rebanho.

Das Cartas de São Máximo, o confessor abade (PG91, 454-455)

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